Delírio

Posted: abril 29, 2010 by Alessandro Pierre in
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Delírio

Pode parecer delírio mas...
Nem quero mais ter minha vida de volta
Antes de te conhecer fui lúcido
Agora falo sozinho olhando para o vazio
Só pra ter a certeza que ninguém me ouve...
Falo das minhas verdades inteiras, que te conto às metades
Falo de amor aos pedaços, para que juntes as partes do todo
Digo que no meu peito cabe você, nosso amor e muitas outras coisas

Coisas essas que não precisas saber...
Por isso te desenho um mundo sutil com meus versos
Te sufocaria se despejasse todo este sentimento que me transborda
Então te regurgito gotas neste louco poema
Onde te escondo em cada entrelinha
Para poder te resgatar com os olhos...
Com a intensidade e velocidade de um desespero
Posso parecer frio, mas é que amo com a calma da alma
É difícil me compreender, quando o que eu mais quero é te fazer feliz
Agora eis me aqui, o mais feliz dos homens...
Com medo de ter me perdido no caminho...
E ser o único feliz da nossa história

Vivem presos no meu corpo sentimentos que não me cabem
Por isso escorrem as sobras em poesias
Não há outra razão além da loucura...
A não ser o teu desejo que se alimenta do meu êxtase
Que se completa em te ver dizendo coisas indecifráveis
De tanto falar de amor pareço destoar da realidade
Mas também me enfado e odeio...
Odeio ficar longe de você


Saudades Nuvens e Afagos...

Posted: abril 28, 2010 by Alessandro Pierre in Marcadores:
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Imagem: Mulher Saudade à Janela - Kim Molinero



Saudades Nuvens e Afagos

A saudade é dor silenciosa...
É quando você está em mim
E minha alma te procura em todo o lugar

Saudade é o peito cheio de ausências
Porto inseguro com bruma densa
Com um vazio do tamanho do espaço que ocupavas

No Limiar

Posted: abril 25, 2010 by Alessandro Pierre in Marcadores:
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Angel Musician - Rosso Fiorentino

No Limiar



Entre as claras brumas da manhã...
Podem vagar despercebidos anjos de claras asas
Repousam sobre os umbrais, guardiões do nosso segredo
Meu reflexo reverso tem as chaves dos elementos
Percorro o caminho na dança dos signos até a beleza dos portais...
Onde adentro em meu silêncio, como quem mergulha em quase morte
Queda livre para o alto em direção ao infinito...
O casulo que me aprisiona no espaço e tempo é tecido á fios de prata...
E de fios deste mesmo casulo que teço meus sonhos
Atravesso o abismo, enfrento meus demônios e aniquilo meu ego...
Enquanto deuses espreitam do alto de suas esferas
Adentro-me oculto em minha própria sombra
Me desperto do sono dos mortais
Nossas línguas dançam o ritual frenético aos deuses do céu da boca.
Fizemos dos lençóis nossos sudários...
Não é porque foi libertino que não tenha sido divino...
As lembranças do nosso amor  estarão sempre guardadas em relicários.