Só me ensinaram a sonhar

Posted: junho 27, 2010 by Alessandro Pierre in
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Só me ensinaram a sonhar

Só me ensinaram a sonhar
Hoje é difícil saber o que fazer quando o sonho se esvai
Impossível não estranhar quando se acorda
E se o sonho fosse realizado? Talvez não soubesse o que fazer
Só me ensinaram a sonhar
Estou me despertando por não acreditar que era sonho
Estou acordando no meio da noite negra da alma
Só agora me vi dormindo ao lado do vazio que é minha companhia
Só me ensinaram a sonhar
Dizem que despertamos no final, agora entendo porque...
Cada sonho que se vai termina uma vida para recomeçarmos outra
Cada vida que se perde em um sonho desfeito renasce em outro lugar
Renasce com a dor de querer voltar ao paraíso que se perdeu
Só me ensinaram a sonhar
Nem sempre temos força para abrir os olhos
Agora estou em um mundo que desconheço
Entregue a grande ilusão que é a realidade
Estou de olhos velados pela bruma que se faz sem meu sol
Só me ensinaram a sonhar
Não sei o que fazer se já não existe quem me faça sonhar
Quem me colocará de volta em minha órbita
Já sonhei sem motivos e assim os sonhos são oníricos
Não sei o que dizer, só me ensinaram a sonhar

Não Me Importo

Posted: junho 24, 2010 by Alessandro Pierre in
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 Imagem: Alone

Não me importo...

Não me importo com seu choro ensaiado
Com suas lágrimas frias e seu beijo técnico
Talvez o lugar que ocupo em seu peito nem me caiba mais

Não me importo com as juras de amor e os dedos cruzados
Das inverdades construidas com eufemismo para aliviar-me a dor
Enquanto entregava-me o corpo, roubava-me a alma.

Não me importo com o tempo que perdi
Tentando ser exatamente quem voce queria
Me escondi em mim mesmo, quase nao coube em meu corpo

Não me importo em ter fingido o prazer
Fui personagem da minha própria vida
Sou a intensidade que só você não quer ver

Não me importo se não quer me ouvir
Grito ao mundo em poesia
Transformo em caracteres toda minha dor sentida

Não me importo se não me amas
Deixou de conhecer a minha melhor parte
Esteve sempre no escuro procurando meus defeitos

Não me importo se não temos mais motivos
Se nos esquecemos das segundas intenções
Somos cumplices em não nos permitirmos

Não me importo com o doce veneno em taças de champagne
Sempre soube a dose certa pra não morrer de amor
Te devolvi aos poucos diluidos em minha saliva

Não me importo em ter colhido teu fruto proibido
Fui condenado ao meu inferno em cada mordida
Você me tirou da incomoda paz do meu céu

Hoje nem te importa quem sou...
Aprendi a ser como lhe convém, mas meu Eu está ainda guardado em mim
Escancarado à sua frente e não me vês.

Nem me importa se acredita mesmo que não me importo
Na realidade se nao me importasse não me entragaria
Amo intensamente e é muito amor para amar sozinho

Doce Flagelo

Posted: junho 12, 2010 by Alessandro Pierre in
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Doce Flagelo...

Queria poder te matar
De amor, apenas em retribuição por todas as vezes em que me tirou o fôlego
Queria poder te odiar
Por todas as vezes que me deixou a saudade como  companhia
Queria poder te ferir
Com a mesma seta que traspassa meu peito com o veneno de paixão
Queria poder te fazer sentir toda minha ira
Com a mesma intensidade e a força do meu desejo
Queria poder te fazer chorar
Com lágrimas negras que borram sua maquiagem e salgam sua lingerie pequena
Queria poder te provocar a dor
Com a pressão que explode em meu peito e o anseio de gritar seu nome
Queria te sufocar
Com o mesmo nó que me ata garganta quando me diz: Te amo
Queria poder te castigar
Com a mesma privação de sentidos que me causa com meu êxtase
Queria poder te flagelar
Com o mesmo bom castigo com que me açoitas
Queria poder roubar seu chão
Da mesma forma que faz o meu se materializar sob meus pés
Mas só posso ir te matando lentamente
De amor, morre-se um pouquinho por dia

A Chave

Posted: by Alessandro Pierre in
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A Chave

Em cada verso escondo uma letra do meu desejo
Ninguém sabe o que anseio só sabe meu outro eu
Encontrei o caminho e quem me segure pela mão
Cheia de céu que na ausência me deixa nuvens
Tantas estrelas quantas couberem no peito
Afogo meus medos em seus delírios
Tenho em mim seu amor que é minha melhor parte
Trago seu cheiro como incenso que me purifica
Antes de ti me inspirei em você sem saber que existia
Tanto faz onde esteja, estará em mim por onde eu for
Ando por ai colhendo os sonhos que semeei no vento
Adormeço no torpor que causa quando me toca
Cada linha tem seu nome nossa dualidade tem a chave

Mar de Céu

Posted: junho 01, 2010 by Alessandro Pierre in
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 Imagem: Make a Wish -  © Luke Jaczewski



Mar de Céu...



De tanto olhar para o céu observando estrelas
Não pude ver que entre tantas, nesse escuro mar de céu
Havia uma que me observava em silêncio
De brilho raro, luz cálida na escuridão dos dias
Estrela cadente, de queda para o alto...
Que me mostra o caminho que quero seguir
Me ensinou sorrir de dia para colher estrelas a noite
Em meio a todo o caos do mundo ainda nascem flores
E em todo o caos do céu ainda nascem as estrelas
Foi a paixão que emprestou briho de estrelas aos seus olhos
O amor acendeu o calor de mil sois em seu peito
Ela é como a lua, esconde segredos que eu conheço
Tem o mundo a seus pés, rainha de mim
Ela luz. Eu refletância na escuridão da noite
O dia se abre quando ela sorri, o sol percorre seus labios
Quando ela chora a noite fica mais bela e melancólica
As estrelas são lágrimas que cairam ao contrário
E salpicaram o céu de diamantes
Estas estrelas que me escapam, caem no papel
Ela luz. Eu um corpo em sua órbita
A quase todas as constelações ja dei seu nome
Eu luz. Ela constelação dentro de mim
Ciranda de estrelas dentro e fora de nós
No meu céu existe uma estrela que brilha mais que todas as outras
Ela me faz ânsiar pelas noites todos os dias.



"Todo o homem e toda mulher é uma estrela"
Aleister Crowley