O Mar e a Saudade

Posted: julho 21, 2010 by Alessandro Pierre in
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Ship At the Sea - Edward Moran

O Mar e a Saudade...

Reza o homem à vela, como rezam os marinheiros...
Que outras velas os guiem ao seu destino.
O que leva o marinheiro não é a vela nem o vento é o amor embrulhado na saudade
E a vontade de voltar...
Foi no mar que ele aprendeu a analogia do sal e da saudade
Não entende porque "sal" não se escreve "sau" ou "saudade" "saldade"
A única coisa que sabe é que o mar cheira saudade.
Saudade tem gosto de mar, que tem gosto de lágrimas, que tem gosto de sal, que lembra saudade..
Em cada porto a gratidão pelas estrelas que o guiara... 
Toda a noite céu e mar são um só, mergulhados na escuridão do infinito
Dividindo estrelas e refletindo a lua que reflete o sol...
Caronte que espere mais um pouco para a travessia do outro lado
Para o marinheiro o amor não é um destino... É um mar de rosas que se navega a dois
Sim, o amor é todo esse mar de rosas para quem não fica ancorado
Aprendeu ser romântico contemplando o mar beijar a praia eternamente
Descobriu que quanto mais se chora, mais se faz parte do mar
Descobriu que o mar e o amar são fluídicos...
E que o mar é uma grande lágrima com gostinho de saudade.

Imune à Nada

Posted: julho 08, 2010 by Alessandro Pierre in
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Imagem: Inside Run | © Guldehen Yogurtcu

Imune à nada...


Você passou tão rápido por mim... nem tive tempo de te decifrar
Como tempestade levou tudo o que eu tinha
Nem pude te ver, saber quem era.
Preparei flores do campo, calcei estradas com sonhos pra você passar
Mas você veio voando, na velocidade de um raio
Como vento levou a nuvem nova para desaguar em outro lugar
Obrigado por me roubar a paz, sim, roubar  e sair correndo....
O que me sobrou foram restos de mim sobre os entulhos de nós dois
Teu ferrão rasgou minha alma de morte
Levou meu sorriso que substituí por esse invisível
Era feliz quando não sabia que existia
Agora você foi embora de braços dados com a tal felicidade
Ando por ai rindo da minha solidão que diz  nem querer minha companhia
Já tive certeza que aqui não é o meu lugar
Hoje tenho a certeza que não sou de lugar nenhum. Não sou teu.
Estou aprendendo a dizer o que as palavras me dizem
Estou aprendendo ser este homem louco que fala sozinho
Falo sabendo que nem vai me ler, escrevo sabendo que não vai me ouvir
Me achava bonito por dentro então virou minha vida do avesso
Sou avesso à tudo, alérgico à quase tudo e imune à nada...
Queria ser forte e poder dizer-te: NÃO
Mas tenho coração fraco, e um coração fraco, se apaixona varias vezes ao dia
Talvez eu só esteja tentando fingir a verdade
Talvez ainda exista um lugar pra você em mim... talvez... talvez se procurar encontre