À Deriva

Posted: junho 07, 2011 by Alessandro Pierre in
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À Deriva


Somos palavras um para o outro.. Estamos conectados pelo sentimento que nos causamos... 
Significamos as nossas palavras como nosso mundo.. meu e seu...
Sou para você palavras e sentimentos assim como você os são pra mim...
Estamos perdidos à deriva nesse caos de letras... 
Tentando transformar em calor estas palavras que nos chegam nesta tela fria...
Enfim.. você é para mim tudo nesse nosso mundo... 
Que significamos imensidão, por serem imensas nossas possibilidades... 
Nós podemos... a vontade prevalece pois somos humanos...  
Eu e você... homem e mulher...
Navegando à deriva neste oceano... nos segurando em qualquer pedaço de sonho que nos faça flutuar... 
Você é esse sonho...
Sonho cheio de desejo... vontades... e impossibilidades...
É assim que somos.. tudo e nada...
Assim a soma das partes "eu e você " é imensamente menor do que nós.... nós dois..
Temos tantas coisas para fazer enquanto nós.. e muitas já perdemos enquanto você e eu...
Mas temos todo o tempo.. pois o tempo é eterno para quem vive intensamente...
A eternidade dura por uma intensidade...
Sejamos intensos para não perceber que é bom morrer de amor um pouquinho por dia...
Sejamos eternos um para o outro... nem que seja por enquanto...

ETERNA COMÉDIA

Posted: junho 05, 2011 by Alessandro Pierre in Marcadores:
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Imagem: Surrealismo de © Giovanni Tilotta




ETERNA COMÉDIA


DESSA ventura que nós dois tecemos,
De tantas afeições, tantos extremos,
Já nada existe, nem saudade vive!
Depois daquele sonho azul-celeste,
Muitos amores sei que já tiveste,
Muitos amores sabes que eu já tive!
Tudo acabado. Mas, ó flor, no entanto,
Por que nós dois estremecemos tanto,
Quando eu te vejo e quando tu me vês?
Por que, quando me vês, quando eu te vejo,
Sacode-nos um cálido desejo
De ainda nos unirmos outra vez?
Não sei... Mas sei que me amas como eu te amo!
Que esta paixão, como uma flor num ramo,
Em nossos corações viceja e cresce:
É que este amor foi um desses amores,
Tão bons, tão loucos, tão abrasadores,
Que a gente, em vida, nunca mais esquece!


Poema de Paulo Setúbal - Poeta da Cidade de Tatuí