Doce Flagelo
Posted: junho 12, 2010 by Alessandro Pierre in Imagem: © Johanna Knauer
Doce Flagelo...
Queria poder te matar
De amor, apenas em retribuição por todas as vezes em que me tirou o fôlego
Queria poder te odiar
Por todas as vezes que me deixou a saudade como companhia
Queria poder te ferir
Com a mesma seta que traspassa meu peito com o veneno de paixão
Queria poder te fazer sentir toda minha ira
Com a mesma intensidade e a força do meu desejo
Queria poder te fazer chorar
Com lágrimas negras que borram sua maquiagem e salgam sua lingerie pequena
Queria poder te provocar a dor
Com a pressão que explode em meu peito e o anseio de gritar seu nome
Queria te sufocar
Com o mesmo nó que me ata garganta quando me diz: Te amo
Queria poder te castigar
Com a mesma privação de sentidos que me causa com meu êxtase
Queria poder te flagelar
Com o mesmo bom castigo com que me açoitas
Queria poder roubar seu chão
Da mesma forma que faz o meu se materializar sob meus pés
Mas só posso ir te matando lentamente
De amor, morre-se um pouquinho por dia
Você atendeu à força anímica do apelo. Do amor! Nunca mais será o mesmo!
Ternura pra você, poeta.