O Vento

Posted: maio 30, 2010 by Alessandro Pierre in
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 Imagem: Like the Wind - © Takami

Vem como impetuosa calmaria para minha tempestade
O que é vento hoje está eternamente condenado
A buscar o seu lugar no espaço e seu espaço e si mesmo
Quando vier venha como vento
Quero estar de alma leve para que me leve
Seu sopro me encontrou entre brumas, de asas abertas
Como um condor aportado em um cais de vento
Quis tentar ajustar velas e te navegar
Mas troquei minha vontade pela sua
Hoje o que eu quero é o seu querer
Me leve onde meus pés não me sirvam para nada
Asas são raízes ao contrário
Estou apenas procurando meu lugar no espaço
E meu espaço em mim mesmo
O vento leva seu grito por distâncias incalculáveis
Que me traz doces lembranças, mas não as suas
Não posso me lembrar de você
É impossível lembrar quando não se esquece

8 comentários:

  1. Poema tão sereno como a brisa do mar...lindo.Muito introspectivo.
    Parabéns!

  1. Anônimo says:

    "É impossível lembrar quando não se esquece."

    Eloqüência que me cala.

    Poema inspirador. E acalentador.

    Meu abraço!

  1. Ventos, brisas ou ventanias! Eis o passado morno ou acesso à brasa. Esquecer o que jamais pode ser esquecido é tarefa para os nobres moradores do 'nunca lembrar'!

    Abs poeta máximo.

  1. Gostei muito!

    Parabéns. :)

    Talita
    História da minha alma.

    PS: muito legal o layout do blog!

  1. Nanda says:

    Achei linda a frase "É impossível lembrar quando não se esquece".
    Te ler me leva pra longe daqui, desse lugar onde td é superficial, frio e egoísta.
    Lendo-te eu acredito que sonhos antigos podem ser reais. Que desejos antigos podem realizar-se e que aquela antiga busca, deixa de ser busca e passa a ser encontro.

    O amor tem dessas magias, instala a pessoa dentro da gente e é presença constante, tão necessária como respirar.

    Enfim, vc é um poeta!

    Gdes beijos e que seus desejos mais profundos, se realizem.

  1. Anônimo says:

    A asa parou e o vento vai nos levando. A alma não é leve. O corpo é só a matéria procurando a metade que lhe falta. Onde estará o coração?
    Estamos todos em busca de nós mesmos. Por isso, perdidos nessa eterna ventania!
    Muita sensibilidade, meu amigo.
    Abraços.

  1. ValeriaC says:

    Leve e livre como o vento..."asas são raízes ao contrário", que lindo essa sua idéia...mas adorei ainda mais o apoteótico final..."É impossível lembrar quando não se esquece"...

    Tenha uma doce e serena semana amigo...
    Beijo
    Valéria

  1. says:

    Para mim o vento e o amor são iguais.. estão em todos os lugares, não vejo, só sinto todas as suas intensidades.
    E você colocou em palavras meu caso de amor com ele.
    Muito lindo [tudo]!

    Beijo